quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Groove Lines


Robin Thicke tem coisas bem mais interessantes do que seu topete aerodinâmico. Suprema desinformação, só fui saber da existência do cantor americano esse ano, quando sua "Blurred Lines" apareceu em todos os lugares. E a faixa que dá nome ao sexto (!) álbum de Thicke é uma das coisas mais bacanas que ouvi em 2013. O arranjo é simples - basicamente um piano elétrico Fender Rhodes e a habilidade percussiva do produtor Pharrell Williams - somados ao bom trabalho vocal e à letra venenosa ("eu vou te dar algo grande o suficiente / para rasgar sua bunda em duas", é um trecho singelo rapeado pelo convidado T.I.). Assumidamente inspirada em "Got To Give It Up", de Marvin Gaye, a faixa nem sampleia nem plagia o clássico de Gaye. Mesmo assim, a família do falecido cantor acusou Thicke de copiar o som e o "feeling" de "Got To Give It Up". Motivos insuficientes pra processo, Thicke e Williams deram de ombros.

O álbum, com 11 faixas, (mesmo com um batalhão de produtores que inclui will.i.am e Timbaland) é nota 6 - o que, pro pop atual, é muito acima da média. Tem coisas que dá pra pular sem culpa, como a tentativa EDM de "Feel Good" ou a musicalmente indecisa "Give It 2 U" (com a ladainha fraca de Kendrick Lamar enchendo a paciência). Legais mesmo são os funks "Ooo La La" e "Ain't Not Hat 4 That", o belo arranjo de cordas de "4 The Rest Of My Life", o competente soul "The Good Life" e uma sequência canarinho que inclui o cavaquinho de Seu Jorge caindo como uma luva em "Go Stupid 4 U" e o samba-rock (intencional?) da ótima "Top Of The World".

Abre o olho, Timberlake.

"Top Of The World": nem ruim da cabeça, nem doente do pé.

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