sábado, 31 de janeiro de 2015

Presente de Grego


"A Broken Frame é o nosso LP mais fraco." (Dave Gahan)

Não concordo com o vocalista do Depeche Mode. Provavelmente, nem o duo grego Marsheaux - que acaba de lançar sua própria versão do álbum, faixa a faixa e na ordem original da edição inglesa de 1982. Os problemas aqui, abundam. OK, é uma homenagem (acho), não é pra levar tão a sério. Negócio é que a dupla sofre do mesmo mal da maioria dos artistas que já tentaram recriar a obra do Depeche: ou limitam-se a simplesmente atualizar o som do grupo com o aparato tecnológico vigente ou aventuram-se em metamorfoses pra lá de duvidosas. "_ Aponte o cover ideal então, Carlinhos." Olha, na minha limitada percepção acerca da obra do grupo, penso que o modelo a ser seguido é o que transforma sem perder a essência, a referência - tipo o que o Some Velvet Morning fez com "The Things You Said" ou o GusGus com "Monument": duas versões que emparelham em criatividade e rivalizam em qualidade com os originais (no caso do GusGus, até supera).

Pois bem, o Marsheaux pode ter duas gurias bem intencionadas, mas isso não livra a barra da dupla da responsabilidade que é mexer com a obra de gente do primeiro escalão assim, a seu bel-prazer, com a desculpa da despretensão da ideia.

A falta de ousadia fica bem explícita em "My Secret Garden" (de novo aqui, só a batida), "Nothing To Fear" (recriada nota por nota) e principalmente em "The Sun And The Rainfall" - uma canção tão forte e intensa que abre um leque de possibilidades de exploração sonora, mas que o Marsheaux desperdiçou com um arranjo inofensivo e vocais soporíferos. O cover mais esquecível do disco é, sem dúvida, "A Photograph Of You" - que virou uma balada sonolenta e ficou ainda mais sem graça que a original. Usar baterias eletrônicas paleolíticas não ajudou em "See You" e dou um desconto pelo crime cometido com "The Meaning Of Love", porque ela é um caso perdido (mesmo com o próprio Depeche). O Marsheaux destrói a genial linha de baixo do reggaezinho sintético "Satellite" e a substitui por um arpejo cambaleante (que me faz pensar em como essa faixa poderia potencialmente soar bem com o Ace Of Base) e "Shouldn't Have Done That" não faz sentido pra mim sem a ameaçadora marcha original. Bom, o que sobrou de positivo foi o vigor do bassline de "Leave In Silence" (onde as meninas cantam e não sussurram, como na maioria do álbum) e as engenhosas soluções encontradas para a letargia minimalista de "Monument". No geral, o A Broken Frame do Marsheaux não diverte, não arrisca e aposto que não vai fazer Dave Gahan mudar de opinião.

"Leave In Silence": metade dos 20% interessantes do A Broken Frame do Marsheaux.

sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Sexta Feira Bagaceira: Pino D'Angiò


A ideia foi realmente boa: gravar um rap em italiano usando como base o baixo espetacular do clássico "Ain't No Stopping Us Now", de McFadden & Whitehead. Tenho lá certa desconfiança se a intenção era fazer com que isso soasse como um rap mesmo, já que o gênero havia sido lançado oficialmente em disco apenas um ano antes (1979), com "Rapper's Delight" (Sugarhill Gang), ou se Pino D'Angiò apenas quis declamar a letra da maneira mais galhofeira possível e acabou - sem querer - gravando o primeiro rap europeu da história. Fato é que o pioneirismo e o groove certeiro da experiência renderam à Pino D'Angiò mais de dois milhões de cópias vendidas do single "Ma Quale Idea", lançado em 1980. Bassline copiado nota por nota na era pré-sampler, guitarrinha funky, as palmas substituindo a caixa da bateria e um refrão totalmente pop garantiram um lugar na Galeria dos One Hit Wonders à D'Angiò. Che idea!

Pino D'Angiò: performance canastrona e um hit memorável.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Destination Unknown


Faz um tempinho que é assim: música nova do Burial causa comoção na rede, caça aos samples, teorias sobre pra onde William Bevan está indo musicalmente. Com seu novo single, "Temple Sleeper", não é diferente. A faixa vem num sete polegadas prensado somente num dos lados, pela Keysound Recordings. E pra onde vai Burial, afinal? Ao menos em "Temple Sleeper", o que temos é um techno sujinho com empréstimo de um arpejo de sintetizador de Kate Bush ("Wow") e diálogos enigmáticos. Aos quatro minutos, a música transforma-se num breakbeat hardcore ensandecido e volta ao estado inicial um minuto depois. Descritivamente, é isso. Sensorialmente, é com você.

"Temple Sleeper": passado e futuro em seis minutos.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

A Queda do Dubstep


Post-dubstep ou só um sintoma do começo da curva descendente do gênero? Hyperion, novo EP do britânico Roska, não tem nem sinal do ritmo sincopado, bass drops ou baixos oscilantes característicos. Ao invés disso, um 4X4 pesado envolto por um entra e sai de efeitos sombrios (a faixa título); as batidas engenhosas e a névoa espessa de subgrave em "Off" e o clima onírico com mais um paredão de baixas frequências em "Only Human". Se o dubstep precisa de renovação, Roska tem três ótimas sugestões nesse EP.

Hyperion EP: pra baixo é o caminho.

terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Caras Novas: Schwarz Dont Crack


Schwarz Dont Crack (sim, sem apóstrofo) é um duo radicado em Berlim e formado pelo vocalista e compositor americano Ahmad Larnes mais o tecladista alemão Sebastian Kreis. O primeiro single, "Charade", saiu em 2012 pela Kitsuné e o mais recente, "All My Love", pela Nettwerk Music. A faixa precede o EP de estreia da dupla, prometido ainda para Janeiro. O som? Uma trip sexy por R&B anos noventa e sintetizadores ítalo. Disco lenta e crepitante. Vale o confere abaixo.

"Charade":



"All My Love":

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Para Confundir


Um cruzamento que me deixa confuso: dance ordinária e pop sublime. Já ouvi "King" (mais recente single do trio britânico Years & Years) umas 50 vezes e ainda não decidi o que é isso, exatamente. Mas esse synthpop ganchudo me agrada.

"King": menos techno e mais pop.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Sexta Feira Bagaceira: Two Sweet


Olhando pra capa acima, qual a primeira coisa que vem à cabeça? Não sei você, mas eu pensei de cara no Milli Vanilli. Torso nu, cabelões, poses desajeitadas. Pressupõe música ruim? Absolutamente. Dentro desse projeto gráfico catastrófico tem um balaço chamado "So Lovely"; composta, arranjada, produzida e mixada por um ilustre desconhecido chamado Dominique Louis Lee - mais um entre tantos talentosos bruxos de estúdio que sumiram sem deixar vestígios. Na real, é muito provável que essa dupla aí nem abra a boca pra cantar esse semi-hit europeu de 1990 e tenha participado do projeto Two Sweet apenas emprestando essa imagem sedutora de quinta, algo bem comum na efervescente cena dance da época (e que teve justamente o Milli Vanilli como principal expoente). Fato é que essa faixa foi um acerto em todos os aspectos: batidão Soul II Soul ("Back To Life") casadinho com o riff de piano saltitante, vocais de rap e refrão popíssimo, linha de baixo poderosa fazendo a coisa toda se movimentar irresistivelmente. Aqui no Brasil, saiu no volume 1 da fantástica série The Best Of Eurodance, do selo Stiletto (ligado à então CBS, atual Sony). Inesquecível.

"So Lovely": clássico dos bailes.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Unbelievable


James Atkin, vocalista do EMF (do hit "Unbelievable") está prestes a lançar seu debut solo, A Country Mile. O primeiro single, "Corresponder", apareceu dias atrás no Youtube. O EMF já terminou e voltou umas quatro vezes e não foi a voz de Atkin que levou seu grupo ao topo do paradão da Billboard (e aos primeiros lugares em vários outros países) em 1990, portanto não acredito (sem trocadilhos) que ele consiga algum burburinho com uma canção indecisa - rock com firulinhas eletrônicas - como a que está mostrando. "Corresponder" não é muito diferente do material pouco inspirado que o EMF lançou depois do primeiro álbum (Schubert Dip, 1991), onde a mistura explosiva de house e rock deu certo em pelo menos metade das faixas.

"Corresponder": pouca inspiração.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Ordinarysm


O duo alemão Digitalism joga a toalha e abraça a EDM genérica? É essa a impressão que seu próximo single "Second Chance" causa. Disponível pra stream desde outubro passado e programado pra sair oficialmente em Fevereiro, a faixa tem vocais da metade da dupla Jens Moelle e vem com timbres que não soariam deslocados num disco do Avicii. Fora a letra com a incrível pérola de sabedoria no refrão recheado de más intenções: "Esqueça o passado esta noite / Nunca é tarde demais", digna de mãozinhas pro ar numa noite da Tomorrowland.

"Second Chance": não merece.

terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Little House


O mundo do entretenimento adulto perdeu uma bela atriz, mas as pistas ganharam uma DJ e produtora que vem mostrando uma surpreendente competência. A colombiana Lupe Fuentes (conhecida no meio como Little Lupe) largou o set de filmagem em 2010 para abraçar outro: o de mixagem. Frequentadora assídua de clubes na Espanha (onde cresceu), Lupe acabou apadrinhada pelos gigantes Roger Sanchez, Junior Sanchez e Todd Terry e tem desde então lançado suas faixas por diferentes selos, como Brobot Records (de Junior Sanchez), InHouse (de Terry) e Nervous. O negócio é que a house dessa guria é de se prestar atenção. Não sei até onde ela interfere no processo de criação e produção, mas a julgar pelo material que tem apresentado, parece que ela dá pra coisa, digo... parece que ela tem talento pra música de pista. Saca a primeira vez (o primeiro single) de Lupe, "So High":
Casada com Evan Seinfeld (da banda de metal Biohazard), Lupe já engatou parcerias (musicais) com Darryl McDaniels (o DMC da dupla com Run) em "Get Down" e Eric Bobo (Cypress Hill) em "Wepa". Seu lançamento mais recente (pelo selo espanhol Undercool Productions) é a boa "Feel It", tech house de bassline monocórdico, samples vocais esquisitos e um climinha algo soturno.



"Ela está lá para fazer você dançar, não é apenas mais um rostinho bonito e eu estou contente de tê-la aqui com a InHouse Records", nas palavras de Todd Terry. Vale o confere nas outras composições de Lupe em seu site oficial e vamos ver no que isso vai dar (ops!).



segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

A Inesgotável Leveza do Ser

Tageado como trip-hop, o misterioso produtor californiano Esbe ficaria mais confortável no guarda-chuva downtempo. Beats de hip-hop com pianos onipresentes e dedilhados delicados de violão, samples de soul e jazz com vocais sedativos; seu álbum Bloomsday merece uma audição atenta. As notas surpreendentes vão para o sample do riff de violão de “Oba, Lá Vem Ela” (do nosso Jorge Ben), magistralmente fundido com cítaras e vocais emprestados de "Open Your Eyes" (Bobby Caldwell) em “Darling” e na reconstrução de “Am I The Same Girl” (que virou hit com o Swing Out Sister em 1992) em "Autumn Bliss", com o aproveitamento do sensacional naipe de metais da original de Barbara Acklin (1968) e o milionésimo empréstimo da imortal batida de “Ashley's Roachclip” (Soul Searchers). Mas o disco também é rico em detalhes e amostragens de sons reutilizados com extrema habilidade, como no jungle estratosférico da apropriadamente chamada “Thousands Of Rhythms”, os solos lânguidos de trompete com surdina e a guitarra encharcada de wah-wah da preguiçosa “Intimate” e no arranjo de cordas onírico - provavelmente sampleado do catálogo de Glenn Miller - em “Serenade”. Bloomsday (disponível para audição no Bandcamp) é suave e refrescante, como uma brisa numa dessas noites escaldantes do Hemisfério Sul e tão leve que flutua mansamente pelo ambiente. Ótima surpresa.

Bloomsday: perfeito pro sofá.

domingo, 18 de janeiro de 2015

Kylie Moroder


Mais uma faixa do novo álbum de Giorgio Moroder (74 Is The New 24) que aparece, "Right Here, Right Now" tem a australiana Kylie Minogue nos vocais. Bom pop, mas me empolguei mais com o andamento durante as estrofes do que propriamente com o refrão. 74 Is The New 24 sai esse ano e deve contar ainda com participações de Charli XCX, Britney Spears e Foxes. Dica do sempre atento Thiago Giardini.

"Right Here, Right Now": Moroder ligadinho no pop 2014.


sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Sexta Feira Bagaceira: Tony Garcia


O porto-riquenho Tony Garcia nunca teve desempenho brilhante nos paradões. Sua produção mais conhecida ("Take Me In Your Arms", 1991), não pegou nem Top 50 na Billboard, mas seu freestyle meloso tinha airplay significativo - aqui no Brasil. Adorado no meio do funk melody, Garcia emplacou vários hits de pista nos bailes, como a própria "Take Me In Your Arms", "Just Like The Wind" e a ótima "I Can Understand It", um cover brilhante de Bobby Womack. Aqui o usualmente repetitivo Tony mostra talento ao reduzir a velocidade da batida sampleada de "Planet Rock" (Afrika Bambaataa) e bolar um belo arranjo de cordas sintetizadas pra sustentar os vocais de puro soul do cantor Kenny C. O freestyle nunca tinha soado tão elegante.

"I Can Understand It": finesse no baile. 

quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Grooves Artificiais


Alguma novidade no som do duo britânico Artificial Intelligence? Nada. No recente EP Forgotten Truths, o que ouvimos é o mesmíssimo liquid funk de subgraves que despencam absurdamente e sintetizadores que sobrevoam ameaçadores as amostras vocais relaxadas dos colaboradores. Glenn Herweijer e Zula Warner tiram o pé do acelerador em "My Soul" e caem no lugar comum das produções mais furrecas do gênero em "Deadly Melody", mas recuperam-se brilhantemente na quase ambient "What You Had", na sombria "Thundercloud" e especialmente nas baixas frequências oscilantes da faixa título. Referência do subgênero.

"Forgotten Truths": Ramones do drum'n'bass.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Breakbeat Back


"Nasty", novo single do Prodigy, acabou de sair. Breakbeat porradão, caberia fácil no Fat Of The Land. O álbum The Day Is My Enemy, sai em Março e se vier nessa linha aí, me parece um bom negócio.

"Nasty": de volta à 1997.

domingo, 4 de janeiro de 2015

Crème De La Crème



A proposta foi a seguinte: cada convidado indica seu disco e sua música favorita de 2014. Mas sem regras. Nenhum álbum chamou atenção suficiente? Pode ser só uma música. Ou duas. Pode ser com comentário, sem comentário. Com ou sem ordem de preferência. Qualquer gênero musical. Não importa. O mais legal é reunir esse timaço aí abaixo, matar a curiosidade sobre suas preferências e constatar o quão saudável é o ecletismo de suas escolhas. Fora que a lista torna-se um ótimo guia pra descobrir música nova ou dar uma segunda chance àquela canção que passou quase despercebida nesse ano. Aos que toparam a brincadeira, fico muito grato pela atenção e disponibilidade.

Marcello Memê Mansur (DJ, produtor)
Música: "F For You" > Disclosure Feat. Mary J. Blige
"Acho que o Disclosure teve a destreza de lançar seu álbum maravilhoso em 2013, mas conseguiu a façanha de relançar 'F for You' com a Mary J. Blige em Fevereiro de 2014 e pra mim essa foi a melhor do ano. Uma música que já era boa e voltou melhor".



Marcelo Costa (jornalista, Scream & Yell)

Disco: Encarnado > Juçara Marçal


Música: "Meu Peito é um Caminhão Desgovernado" > Charme Chulo


Marcélo Ferla (jornalista)

Disco: Our Love > Caribou



Música: "Fame" > The Acid



José Julio Espirito Santo (jornalista)

Disco: Meshes of Voice > Jenny Hval & Susanna

Música: "I Have Walked This Body" > Jenny Hval & Susanna



Andre Gordirro (jornalista)

Música: "Turn Down for What" > DJ Snake & Lil Jon


Eneas Neto (Jornalista, empresário e DJ)

Disco: Our Love > Caribou


Música: "Artifice" > SOHN



Fabian Chacur (Jornalista, Mondo Pop)

Disco: Croz > David Crosby
"O agora setentão cantor, compositor e músico americano mostra que continua com fome de bola, ou melhor, de música. Um disco solo simplesmente brilhante, com aquele tipo de canção entre folk-rock-country-jazz que só ele sabe fazer. 'What's Broken' traz como convidado ninguém menos do que Mark Knopfler, ou seja, dois mestres em uma mesma faixa. David Crosby merecia ser mais cultuado aqui no Brasil. Ouça esse CD e saiba porquê!"


Música: "Happy" > Pharrell Williams

"Não deu para fugir desse verdadeiro chiclete musical em 2014. Só em comerciais, essa música foi utilizada em uns três. Mas não dá para negar: é aquele típico hit que mereceu o sucesso que obteve. Musica ótima do ótimo produtor e compositor que de quebra ainda foi o vocalista em dois clássicos do Daft Punk em 2013, 'Get Lucky' e 'Lose Yourself To Dance'. Um dos grandes talentos da geração anos 2000."



Tom Leão (jornalista, Estúdio i, Globo News)

Música: "Moonshine" > Alexandre Desplat



Disco: St. Vincent > St. Vincent



Lucio Morais (DJ, produtor, Database)

Música: "Why" > Les Sins Feat. Nate Salman



Single: Why Don't You > Ascio Feat. SRGNT



Disco: Urban Animal > Claude VonStroke



Camilo Rocha (DJ, Jornalista, O Estado de São Paulo)

Música: "Trommer Og Bass" > Andre Bratten
"Existe um pool de 10 das músicas mais excelentes do ano que inclui Caribou, Jungle e Future Islands. Qualquer uma delas poderia ser a melhor do ano. Mas vamos com algo BEM pista, do tipo que transforma um retiro de monges em uma aula de lambaeróbica. Andre Bratten é um rapaz com jeito tímido de Oslo, Noruega. Por uma conjunção dos astros extremamente feliz, ele atingiu o alvo em cheio com esse techno fervido e suingado e chacoalhou pistas de norte a sul em 2014 com sua faixa."



Disco: Syro > Aphex Twin

"Velhos amigos que somem nos deixam felizes só de a gente saber que estão vivos. Aphex Twin é hoje um pai de família que acorda as seis pra levar os filhos na escola. Foi num desses dias que ele se trancou no estúdio e trouxe de volta todo o veneno, vibração e feitiçaria dos bons tempos. E todo mundo festejou como se fosse 1999."




Regis Tadeu (crítico musical, Yahoo, Programa Raul Gil/SBT)

Disco: High Hopes > Bruce Springsteen

"Bruce revisitou neste álbum sublime não apenas canções de outros caras, mas também algumas músicas de seu próprio repertório. Ao mesmo tempo em que deu suas impressões personalíssimas a pequenas pérolas como 'Just Like Fire Would', dos australianos do The Saints – uma das primeiras bandas punk do planeta - e 'Dream Baby Dream', do grupo Suicide, ele resgatou e revitalizou antigas composições de sua lavra, como as estupendas 'American Skin (41 Shots)' e 'The Ghost of Tom Joad', ambas contando com a guitarra sensacional de Tom Morello, do Rage Against The Machine. É daqueles álbuns a não se esquecer..."



Música: “American Skin (41 Shots)” > Bruce Springsteen

Renato Lopes (DJ)

Música: "Take it Slow" > The Oliverwho Factory



Disco: Our Love > Caribou



Fabio Bridges (Pequenos Clássicos Perdidos)

Música: "Raybans in Bahrain" > Marc Houle
"Em Cola Party, o produtor canadense continua mesclando suas influências passadas (acid house, synths, Detroit) com a sonoridade do minimal techno pela qual se tornou conhecido. Os timbres são ora retrô ('Raybans in Bahrain'), ora modernosos ('Alpha Bit'), mas invariável e deliciosamente sintéticos; há (fragmentos) vocais e o clima do álbum passa longe da eletrônica experimental tão em voga ultimamente..."



Disco: Home Everywhere > Medicine

"Home Everywhere é ao mesmo tempo visceral e hipnótico, alternando – por vezes na mesma faixa – momentos calmos e oníricos com outros tempestuosos e absurdamente distorcidos. As pancadas de Goodall na bateria, a guitarra de Laner e, claro, os vocais de Beth, formam um conjunto perfeito, e sua música – mesmo com o passar dos anos – permanece extremamente fresca, atual. É shoegaze para os gazers, psych para os freaks, corrosivo para os barulhentos e assim por diante."



Renato Yada (empresário)

Música: "Oxygen" > Swans



Música: "Sex, Power, Love and Money" > Manic Street Preachers



Veja também:

Os melhores álbuns de 2014, segundo o And Now Blog.
As melhores músicas de 2014 (Parte 1 e Parte 2).