quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

Melhores de 2016 - Discos (#06: Pantha du Prince)


Quatro anos depois do arrojado Elements of Light - álbum que é uma espécie de sinfonia eletroacústica de uma peça só, gravado com o grupo de percussão norueguês The Bell Laboratory - o produtor alemão Hendrik Weber a.k.a. Pantha du Prince retorna com mais um trabalho que impressiona. Classificar The Triad (lançado pela célebre Rough Trade) simplesmente como techno minimal é deveras simplório. Na maioria das dez faixas há o 4x4 de BPM moderado como esqueleto, mas o que Weber desenvolve por cima disso vai muito além de um rótulo caracterizado pelo uso mínimo de elementos de composição. Não precisa mais do que ouvir a chuva de cristais sintéticos espalhando-se por faixas como "Lichterschmaus" e "You What? Euphoria!", vocalizes angelicais ("The Winter Hymn"), riffs precisos de sintetizador ("Frau Im Mond, Sterne Laufen"), basslines robustos impulsionando uma variedade deslumbrante de sons e efeitos ("Chasing Vapour Trails") e canções eficientes em sua rigidez geométrica de beats e programações eletrônicas ("Dream Yourself Awake", "Lions Love"), pra entender que este disco está à quilômetros de distância de um simples álbum de dance music. Pantha du Prince consegue - como poucos hoje em dia - unir elementos de forma tão harmoniosa e precisa, que fica difícil distinguir em sua música onde exatamente entram os componentes orgânicos e onde saem os sintéticos. The Triad tem um teor extremamente particular e profundo, que faz com que a tecnologia empregada soe de forma incrivelmente natural (e até visceral), incorporando-se perfeitamente ao ambiente - seja ele uma pista de dança ou a solidão-conforto da sua sala de estar.

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