domingo, 14 de maio de 2017

The Train Is Going Away


Achei que as ideias prosaicas do Depeche Mode sobre política tinham ficado no distante 1983, em Construction Time Again, terceiro - e excelente, a despeito das letras - álbum da banda. Pois em 2017 a banda achou que tinha a ver voltar ao tema e lançou "Where's The Revolution", o primeiro single do novo disco Spirit. Ambos levam o carimbo "medíocre", sem pena.

Não sei se se confirma a ideia que muita gente tem de que a maioria dos fãs (exceto os xiitas) vem esperando por uma nova "Enjoy The Silence" ou um novo Violator há tempos, mas a teoria me parece cada vez mais aceitável a medida que o tempo avança para o Depeche Mode, com uma discografia totalmente irregular desde o clássico de 1990. E para um grupo que sempre vendeu muito mais singles do que álbuns, Where's The Revolution foi decepcionante. Entrou em quadragésimo na parada alternativa da Billboard e nem figurou nas charts britânicas. Ah sim, o mercado mudou, público mudou, eles estão mais do que estabelecidos como a mais bem sucedida banda eletrônica da história do pop, etc... Mas os admiradores (como eu) estão sempre querendo mais, ou só querem, na verdade, moldar a banda de acordo com o próprio gosto saudosista. Me incluo nos dois grupos. O que a mim é certo, é que "Where's The Revolution" soou totalmente panfletária e óbvia. E não são os remixes das versões CD single / Digital Download que a salvaram - nem com as mãos habilidosas do produtor Ewan Pearson, nem com o remix entre solene e soporífero do Algiers, o techno cansativo do francês Terence Fixmer ou muito menos a frieza das batidas descompassadas do Autolux.

O remix de Ewan Pearson é a única coisa aqui feita com a intenção de funcionar na pista de dança, um território que sempre foi muito familiar ao Depeche. A mim, não excita mexer o corpo com essa trilha, num single que é um erro - do começo ao fim.

"Where's the Revolution" (Ewan Pearson Remix): ninguém se salva.

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